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10. O que é Conhecimento?
10. O que é Conhecimento?

Introdução à teoria do conhecimento

 

 

Conhecimento é a relação existente entre sujeito cogniscente e objeto cognoscível. Trata-se de uma relação onde o sujeito conhece e o objeto é conhecido. A finalidade do conhecimento é descrever, prever e manipular determinados fenômenos e/ou objetos.

O método do conhecimento consiste em descrever o fenômeno em suas particularidades (espaço) e suas estruturas(função) para poder prever e manipular este fenômeno. É indispensável que citemos os tipos de conhecimentos. Iniciemos pelo conhecimento empírico ou senso-comum. Ele é ametódico, tem a finalidade de facultar a sobrevivência e apresenta respostas provisórias para determinados acontecimentos. Seu objeto é o mundo empírico do cotidiano.

Há também o conhecimento religioso que busca responder a angústia da existência humana. Este tipo de conhecimento, tal como o empírico, é ametódico e todas as religiões possuem alguns aspectos que são comuns: o rito, a moral e o dogma. Elas possuem uma função sociológica e tentam apresentar respostas para questões como a morte, o finito e o infinito, o bem e o mal, o certo e o errado, o pecado e a virtude, etc. As religiões admitem a existência de um Ser supremo, que tudo cria e ordena.

Do conhecimento religioso passemos ao filosófico – que possui o método reflexivo, tem a finalidade de apresentar respostas racionais para os problemas da origem do ser (ontologia) e utiliza a relação de causa e efeito (aqui reside sua semelhança com a ciência) para entender a realidade. A filosofia tem como objeto o mundo, a realidade que é refletida de maneira racional. Ela se preocupa com o “porquê” e o princípio último das coisas.

Por fim, citemos o conhecimento cientifico. Seu método é experimental, utilizando-se da observação e da edificação de leis, gerais – a partir da similaridade e depois fazendo a generalização – que regem os fenômenos. O objeto do conhecimento cientifico é o mundo físico e sua finalidade é descrever rigorosamente, prever e manipular determinados fenômenos. É o que fazem a química, a botânica, a medicina, etc. Estas formas de conhecimentos que citamos estão interligadas: há coisas que a ciência explica e outras que a filosofia esclarece. Não se trata de um ser melhor que a outra: elas respondem a situações e épocas diferentes. Agora, expostas estas idéias, cumpre-nos compreender a essência do conhecimento. Ela é importante porque permite que entendamos cada forma de conhecimento.

Nosso esforço será o de entender que a tese do idealismo, defendendo a idéia de que todos os objetos possuem um “ser” ideal, sendo que, ora a realidade está encerrada na consciência do sujeito (idealismo subjetivo), ora as coisas existem ordenadas logicamente e os dados da realidade são concebidos pelo pensamento (idealismo objetivo). Também é importante considerar que existe a tese do realismo, admitindo que além do ideal, há objetos reais e concretos – independente de nossa consciência. Neste sentido, podemos diferenciar alguns tipos de realismo: o ingênuo: aquele que não tem visão crítica; não distingue a percepção do objeto percebido; realismo natural: está influenciado por reflexões críticas e já distingue o conteúdo do objeto, mas, ainda se prende à realidade puramente objetiva.  Há também o realismo crítico. Este tipo de realismo entende que as propriedades dos objetos (cor, odor, sabor) estão na nossa consciência. Trata-se de uma forma de compreender a realidade como subjetiva e racional.

Existem três teses fundamentais que sustentam a idéia do realismo crítico: 1) Diferença entre percepção e representação – várias pessoas podem observar e perceber determinados fenômenos, mas a representação será, sempre, individualizada; 2) independência das percepções – idéia de que existem as coisas independente de nossa vontade; 3) Independência dos objetos: os objetos existem mesmo que não os percebamos – basta pensá-los ou imaginá-los.

Por fim, o realismo volitivo – trata da vontade como forma necessária para que tenhamos consciência da realidade. Outras formas que poderemos citar são a fenomenologia (afirmando que não conhecemos as coisas-em-si, mas somente a forma como que elas se apresentam, as aparências do fenômeno – Kant: as coisas têm uma essência que não conhecemos), as soluções teológicas:Monismo e Panteísmo, afirmando que sujeito e objeto são a mesma coisa (monismo). Não há problema de conhecimento, pois, conhecendo-se o sujeito, conhece-se o objeto. As coisas são emanadas de Deus (panteísmo); e o Teísmo e Dualismo, defendendo a idéia de que sujeito e objeto são diferentes(dualismo), mas Deus inseriu no sujeito o conhecimento do objeto (também não há problema de conhecimento!), ou seja, o Criador dispôs no sujeito a capacidade de conhecimento (teísmo).