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12. Filosofia Antiga
12. Filosofia Antiga

Teoria do Conhecimento em Heráclito, Parmênides, Sofistas e Platão

 

Heráclito de Éfeso é mobilista porque entende que tudo flui. É um panta-rei. As coisas mudam e se transformam. Heráclito defendia a idéia do devir: as podem são um vir-a-ser. O elemento que escolhe para representar sua teoria é o figo. O ser é e não é ao mesmo tempo. Ele é um vir-a-ser. As coisas fluem. Não nos molhamos duas vezes num mesmo rio porque ele já está mudado. É um outro rio. Parmênides se contrapõe a Heráclito dizendo que as coisas são fixas. O ser não pode ser e não ser ao mesmo tempo. Parmênides é monista. Só existe o ser. As coisas podem somente co-existirem. Este autor apresenta as três vias da verdade: a) verdade absoluta; b) as opiniões faláveis, doxas. São frágeis porque o caminho dos sentidos nos leva ao engano. c) as opiniões plausíveis que é preciso para ordenar nosso pensamento. Em Parmênides temos o princípio lógico (aristotélico) da não contradição: o ser não pode ser e não ser ao mesmo tempo. Ou ele é ou não é. As características do ser são: 1) fixo e imóvel 2) não gerado 3) não tem passado. É presente 4) imutável no sentido de que nunca se transforma.Já os Sofistas desempenharam importante papel na educação dos jovens, ensinado-os a arte da oratória para que eles ingressassem na política. O problema é que vendiam seu trabalho e, na arte política, ganhava o melhor discurso. Não havia um compromisso com a verdade, mas sim com a estética do discurso.

 

Os sofistas eram os sábios que cobravam dinheiro para ensinar. Nas discussões políticas valia, na ágora, a boa capacidade de argumentação e de persuasão. Por não ter compromisso com a verdade e acabar relativisando-a os sofistas foram acusados de prostitutos porque desviavam a verdade. Para eles a verdade estava no discurso, na retórica, além do mais, como dizia Protágoras, “o homem é a medida de todas as coisas”, para se referir à relatividade das coisas que existiam.Com Platão temos duas grandes discussões: a epistemologia e a política, principalmente a partir do mito da caverna. Mas é importante entender que Sócrates tinha o método da maiêutica que tem como primeiro momento à ironia – que consiste em reconhecer que nada se sabe e que se pode perguntar por tudo para que nos livremos das doxas e paramos, (do verbo parir) a verdade. É exatamente nesta “parição” da verdade que entendemos a maiêutica. A verdade, em Sócrates estava dentro de nós. Era preciso libertar-nos das doxas, opiniões alheias, reconhecer-se que nada sabia e desvelar a verdade que estava dentro da gente. Neste sentido, quem sabe o que é certo age certo. Trata-se de uma ética.Como dissemos, em Platão temos uma preocupação com a verdade e com a política. Este autor sintetiza o problema do movimento de Heráclito e Parmênides. No campo político o mito da caverna nos diz que o bom governante deve se livrar das opiniões e contemplar a verdade, a essência das coisas (saída da caverna) e se comprometer em voltar para o mundo físico para libertar seus compatriotas.

 

No mundo físico as pessoas ficavam presas às sombras, às aparências e à mudança. Por isso prevalecia o conhecimento – enganoso – que vem dos sentidos. No mudo supra-sensível as coisas são perfeitas, não há mudanças. Lá residem as essências de todas as coisas. Só conhecemos a verdade pela recordação, pelo método da reminiscência platônica. Para se conhecer a verdade utilizamos o método dos geômetras que consiste em passar das coisas mais simples para as complexas. Nossa alma recorda porque ela foi jogada no mundo físico. Platão distingue o ser e o aparecer. A essência e a aparência das coisas. Conhecimento se dá pela essência das coisas, que está no mundo supra-sensível. Platão concilia o movimento com a fixidade, Heráclito com Parmênides. Ao cair no mundo físico à alma – que antes era eterna – se degenerou e se esqueceu do mundo das idéias. Os sentidos ajudam a alma a recordar a essência das coisas, por isso usa-se a reminiscência por meio do método dos geômetras.Diferentemente de Platão, Aristóteles quer estudar o mundo físico. Ele é, de certa forma, materialista no sentido de privilegiar a matéria, a natureza. Segundo ele as coisas acontecem – e nós as conhecemos assim – no mundo físico. Essas coisas materiais têm essência física, além de forma também física. É por meio do uso dos sentidos que conhecemos as coisas que, como dissemos, possui essência e formas físicas. Mas as coisas também possuem acidente e, para Aristóteles, substância é aquilo que existe por se só na realidade. Trata-se da essência com seus acidentes. O movimento consiste na passagem do ato para potência. Para este autor o ato é uma possibilidade de ser potência e o ato é uma potência atualizada.

 

O movimento é muito importante para que compreendamos as coisas. A forma das coisas está na mente do escultor, mas a matéria constitui a substância pela qual o objeto é feito. Desta forma existe uma essência de mesa que é feita de uma matéria, a madeira, por exemplo.