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16. Descartes
16. Descartes

Rennè Descartes, filósofo da Modernidade

COM DESCARTES, (1596 – 1650) temos o seguinte contexto: a Inglaterra se preocupa com o empirismo. A França, influenciada pelo ceticismo de Montaigne, está envolvida pela dúvida. Além disso, Descartes é influenciado pelas novas descobertas da bússola, do heliocentrismo em discussão, a conquista / descoberta de novos lugares, etc. tudo isso causava dúvida. Descarte se frustra porque não se estudavam os fatos novos. É preciso não ser ignorante na própria terra. Faz-se necessário descobrir uma maneira própria e evidente para se chegar à verdade. A base para se entender alguma coisa é a evidencia. Ela é a única certeza. Aqui surge a urgência de uma nova filosofia, comparada a uma árvore que tem como raiz a metafísica, buscando o sustento para a arvore na matemática. Os galhos são as ciências que dão sustento ao caule, a física. A seiva das demais ciências é o método, particularmente matemático.

 

Em Descartes, a busca pela evidencia não se dá pelos sentidos. Aqui ele critica Francis Bacon. O método cartesiano é um caminho percorrido para se chegar à verdade, ao conhecimento. Ele inicia-se com a dúvida hiperbólica: ao duvidar de tudo não podemos duvidar que estamos duvidando e, se duvidamos, pensamos. O pensamento é sempre proveniente de um sujeito, então, o eu-pensante, existe, “penso, logo existo”. A existência do sujeito se garante pela existência do pensamento. Descarte não definiu existência, mas acerca do pensamento, este é entendido como substância – entendida como aquilo que existe na realidade por si só. O corpo, para Descartes, é a extensão física que ocupa espaço. Aqui está o conceito de res-extensa (entendida como a possibilidade de conhecer as coisas). Existem no mundo duas substâncias: res-extensa e res-cógitos(verdade primeira). A idéia de dualismo é de substancia, ao contrário de Platão que tratava de um dualismo de realidades distintas. Para Descartes há duas substâncias que estão presentes numa única realidade. Para seu pensamento, todos os homens têm razão, mas nem todos a utilizam adequadamente. O equivoco nasce da má utilização da razão. A principal virtude do homem racional é o bom-censo. Como dissemos, o método para se chegar à verdade é um caminho que precisa de quatro passos: a) evidencia; b) análise; c) síntese; d) enumeração e revisão. Estes passos são suficientes para produzir o conhecimento verdadeiro, pois o primeiro passo permite que o indivíduo entenda o fato claro e distinto dos demais fatos e, portanto, evidentes. O segundo passo faz com que sejam desmembrados os fatos em partes, afim de que sejam analisados. Uma vez desmembrados os fatos, é possível ordená-los dos mais simples aos mais complexos. Somente assim podemos fazer a síntese (terceiro passo). O último passo consiste me voltar aos fatos ou idéias totais para entendê-los numa totalidade e estabelecer as devidas correções.

 

Este método é analítico racional. Sua limitação consiste em fragmentar o conhecimento, isolando-se as partes e correndo o risco de perder a noção do todo. Em Descartes o Res-cógito e o Res-extensa ou a dicotomia entre corpo e alma é resolvida no livro “Meditações da Alma”, ao trazer a idéia de interface: uma substância não está separada da outra. Elas se encontram unidas ou relacionadas na glândula pineal – uma espécie de interface que provavelmente se encontra no cérebro. Importante é que, nesta época, já se tinha à idéia de que o centro das emoções é o cérebro.