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21. Spinoza
21. Spinoza

B. Spinoza, filósofo que trata da ética, da natureza e da concepção de conhecimento.

Baruch Spinoza nasceu no ano de 1632 e também constatou as contradições do pensamento de Descartes – principalmente na questão das substâncias: como poderia haver uma ligação entre duas substâncias diferentes, se para Descartes substância é aquilo que existe por si só na realidade? Segundo Spinoza o dualismo cartesiano é contraditório no argumento em si. Para responder esta questão Baruc Spinoza cai num monismo entre corpo e alma. A preocupação deste autor é com a conduta humana, com a maneira como o ser humano deve alcançar a felicidade. Sua principal obra chama-se ÉTICA, trabalho com profundas influências matemáticas.


Segundo Spinoza três questões nos impedem de encontrar a felicidade: a) o uso dos prazeres – porque fazemos com eles sejam os fins de nossa busca e o prazer exagerado traz uma tristeza momentânea, depois se volta à vontade de sentir prazer; b) a riqueza – ela nos faz preocupar-nos em manter o que se tem e buscar ainda mais riqueza, não sobrando tempo para outras coisas; c) a honra – tal como o prazer, este obstáculo nos põe o risco de negarmos a nossa identidade afim de que nos adequamos àquilo que os outros consideram bom ou certo. Ainda tratando da felicidade Spinoza entende a religiosidade como um estado e espírito e a religião como a institucionalização da religiosidade. O caminho para a felicidade consiste em conhecer os empecilhos humanos, pois ao conhecê-los podemos dominar os obstáculos. Spinoza entende o homem como uma pequena parte da natureza, um modo finito da substância infinita. Um ser frágil que busca a felicidade, mas para que isso aconteça é preciso unir-se ao princípio de todas as coisas (Deus) por amor à inteligência.


Para Spinoza a moral é um princípio que não é provisório, mas fixo.Tal como Descarte Spinoza acredita que o método matemático e a racionalidade são as formas de se entender as coisas, mas Spinoza não acredita num Deus encarnado nem no livre arbítrio. Ele é panteísta. Deus é parte de um todo e em tudo o encontramos. Além disso, Spinoza diz que nós não temos idéias inatas, mas temos a capacidade para conhecer as coisas. Além disso, não existem duas substâncias (res-cógitos e res-extensa), só existe uma única substância que é Deus. Dele derivam os atributos, que são vários, porém o homem só conhece dois: o cogito e a extensão. Esses atributos são extensões, compreensões de Deus. Eles chegam a se confundir com Deus. A maneira pela qual entendemos os atributos é pela razão. Os modos são todos os objetos que existem na realidade, inclusive o corpo. São a manifestação dos atributos. Para finalizarmos este autor, ainda precisamos mencionar a teoria do conhecimento.


Para Spinoza, temos primeiro o conhecimento provindo da empiria, da opinião, depois passamos ao conhecimento racional (matemático) para se chegar à intuição/iluminação, mas não devemos confiar na mera opinião. O conhecimento das coisas se dá pela vida da razão e, preferencialmente, pela matemática.Já dissemos que todos os racionalistas trabalham a questão do dualismo. Mas era preciso achar um lugar para Deus no alvorecer da cientificidade.