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51. Educação e Psicologia
51. Educação e Psicologia

 

Educação e Psicologia

Centraremos-nos na teoria da assimilação de Ausebel analisando sua natureza e suas características junto com as implicações desta teoria na educação. Nos determos mais especificamente nos organizadores prévios – além de avaliarmos a teoria da aprendizagem pela Descoberta frente à aprendizagem por percepção. Utilizaremos alguns pressupostos da psicologia cognitiva atual.A MOTIVAÇÃO de Ausebel para escrever sua teoria é que havia uma confusão dominante dos problemas teóricos vinculados à definição da aprendizagem e da natureza. Ausebel faz uma PROBLEMATIZAÇÃO entendendo que Boa parte dos psicólogos, com freqüência, tentaram incluir nas pessoas um só modelo explicativo, tipos de aprendizagem qualitativamente diferentes.

 

Para esclarecer os tipos de aprendizagens escolares, segundo a teoria da Aprendizagem de Ausebel, é preciso estabelecer duas dentições, que fazem alusão a dois tipos diferentes de processos ou dimensões e que dão lugar a quatro classes fundamentais de aprendizagem incorporados com sua teoria: a) É preciso perceber a diferença entre aprendizagem por recepção e aprendizagem por descoberta; b)Entender as aprendizagens significativas, por oposição às mecânicas ou repetitivas. Na aprendizagem por percepção o aluno recebe os conteúdos que deve aprender em sua forma final, acabada. Ele não necessita realizar nenhuma descoberta além da compreensão e da assimilação dos conteúdos – de modo que o aluno seja capaz de reproduzir o conteúdo quando lhe for solicitado. Já Aprendizagem por Descoberta acontece quando o aluno obtém o conteúdo de forma não acabada, de modo que lhe é permitido realizar descobertas ou reorganização do conteúdo que será assimilado.

 

Neste sentido, o aluno adapta o conteúdo à sua estrutura cognitiva prévia até descobrir as relações, leis ou conceitos que posteriormente o aluno assimila.Aprendizagem SignificativaAusebel distingue este tipo de aprendizagem por meio de duas características: 1º Os conteúdos podem ser relacionados de um modo substantivo, não arbitrário ou ao pé da letra, com os conhecimentos prévios dos alunos; 2º O aluno deve adotar uma atitude favorável para tal tarefa (de relacionar os conteúdos), dotando de significados próprios os conteúdos que assimila. Há também a Atividade Repetitiva: neste processo o aluno precisa de conhecimentos prévios necessários para que os conteúdos se tornem significativos ou são assimilados ao pé da letra de modo arbitrário. Ausebel diz que quando o aluno carece dos conhecimentos necessários para que os conteúdos se tornem significativos ou se adota a atitude de assimilá-los ao pé da letra ou de modo arbitrário. O autor destaca as aprendizagens significativas, pondo seu empenho na eliminação da aula, sempre que possível, das aprendizagens repetitivas ou memorísticas, tão utilizadas no ensino tradicional. Ausebel considera evidente que a principal fonte de conhecimento provém da aprendizagem significativa por recepção. Entendendo a teoria de Ausebel, a tarefa do docente consiste em programar e organizar em seqüência os conteúdos, de forma que o aluno possa realizar uma aprendizagem significativa, encaixando novos conhecimentos em sua estrutura cognitiva prévia e evitando a aprendizagem memorística ou repetitiva.

 

A TEORIA DA ASSIMILAÇÃO COGNITIVA DE AUSUBEL

Ausubel propõe-se a desenvolver uma teoria que explique o processo de assimilação, que se produz na aprendizagem significativa. Para que ela ocorra, são necessárias três condições:Os novos materiais que serão aprendidos devem ser potencialmente significativos, suficientemente substanciais e não arbitrários, para poderem ser relacionados com as idéias relevantes que o sujeito possui.A estrutura cognitiva previa do individuo deve possuir as necessárias idéias relevantes, para que possam ser relacionadas com os novos conhecimentos.O sujeito deve manifestar uma disposição significativa para a aprendizagem, o que estabelece a exigência de uma atitude ativa e a importância dos fatores de atenção e motivação.Aqui está o traço central da teoria: a aquisição de uma nova informação, que se dá na aprendizagem significativa, é um processo que depende principalmente das idéias relevantes que o sujeito já possua, e se produz através da interação entre a nova informação e as idéias relevantes já existentes na estrutura cognitiva.


Esses processos podem ser realizados de três formas:


>>>A aprendizagem subordinada, produz-se quando as novas idéias são relacionadas subordinadamente a idéia relevante de maior nível de abstração, generalidade e inclusividade. Com isso surgem dois tipos: subsunção derivativa, que é produzida quando os novos conceitos têm um caráter de exemplo ou de ilustração dos conceitos já existentes ou inclusores, podem ser derivados, de forma relativamente fácil, a partir dos inclusores já existentes, subsunção correlativa, o conhecimento são uma extensão, elaboração, modificação ou qualificação dos conhecimentos que o sujeito já possui. Os novos conhecimentos não podem ser derivados dos conhecimentos supra ordenados já existentes ou inclusores.
>>>A aprendizagem supra-ordenada ocorre quando o sujeito integra conceitos já aprendidos, dentro de um novo conceito integrador mais amplo e inclusivo.


>>>Aprendizagem combinatória,
 esta caracterizada pelo fato de que os novos conceitos não podem ser relacionados, de forma subordinada ou supra-ordenada, com idéias especificas na estrutura cognitiva do sujeito.
Durante o curso da aprendizagem significativa ocorrem estes processos:

A diferenciação progressiva,
 a medida em que aprendizagem significativa acontece, os conceitos inclusores modificam se e se desenvolvem, tornando-se cada vez mais diferenciado; Reconciliação integradora, no decorrer da aprendizagem significativa supra-ordenada ou combinatória, as modificações produzidas na estrutura cognitiva permitem o estabelecimento de novas relações entre conceitos, evitando a compartimentalizacão.A teoria da assimilação sustenta que a aprendizagem significativa produz-se ao relacionar, novas idéias com as já existentes. Este processo explica também o esquecimento.

 

Este ocorre no momento em que as novas idéias ou conceitos não podem ser dissociados das idéias que lhes serviam de base. Segundo este tipo de assimilação, obliterativa, as novas idéias tendem a ser reduzidas aos significados mais estáveis das idéias, tornando-se espontâneo e menos dissociável da sua base, ate chegar o momento em que se confunde com ela, daí, ocorre o esquecimento. A superioridade da aprendizagem significativa reside no estabelecimento de conexões significativas entre os novos conceitos e os já existentes, emprestando-lhe sua estabilidade. Já com aprendizagem repetitiva, as conexões são arbitrarias e meramente associativas, estando mais sujeitas aos efeitos de interferência. Depois que a assimilação obliterativa e o esquecimento, tenham ocorrido, os conceitos que serviam de amdaimaria para a aprendizagem significativa adquiriram uma maior diferenciação e um maior poder para estabelecer relações significativas com novos materiais. Na aprendizagem repetitiva, não se produz depois do esquecimento a mesma intensificação das possibilidades de novas aprendizagens.

Aprendizagem verbal significativa em sala de aula: as exposições e os organizadores prévios.

A teoria de Ausubel defende a aprendizagem significativa por recepção e, portanto, os métodos de exposição, tanto oral como escrito. Tradicionalmente, os métodos de exposição foram mal utilizados. Seguem alguns erros comuns, cometidos pelos docentes:è O uso prematuro de técnicas puramente verbais com alunos cognitivamente imaturos.èA apresentação arbitrária de fatos não relacionados, sem organização alguma ou princípios explicativos.è

 

O fracasso na integração dos novos conhecimentos com materiais apresentados previamente.è O uso de procedimentos de avaliação que medem unicamente a habilidade dos alunos para reproduzir as idéias, com as mesmas palavras ou em contexto idênticos àquele em que foram aprendidos. Para Ausubel e seus colaboradores, o docente deve instigar no aluno uma compreensão de formas ativas de aprendizagem por recepção promovendo uma compreensão precisa e integrada dos novos conhecimentos. Para isso propõem-se: A apresentação das idéias básicas de uma disciplina. Antes da apresentação dos conceitos mais periféricos; A observação e o cumprimento das limitações gerais sobre o desenvolvimento cognitivo do sujeito; A utilização de definições claras ou precisas, e explicitação das similitudes e diferenças entre conceitos relacionados. A idéia-chave é indicar ao aluno quais são os conceitos de maior nível de generalidade, os inclusores, que devem ser ativados para consegui-lo. Os organizadores prévios são materiais introdutórios de um grande nível de abstração, generalização e inclusividade.

 

Diferenciam-se, portanto, dos resumos ou sumários, que são conceitos de níveis mais altos, ou macroestrutura dos próprios conteúdos. Trata-se de “ponte” entre o que o sujeito já conhece e aquilo necessita conhecer, para assimilar significativamente os novos conhecimentos. A função do organizador prévio é proporcionar um “suporte ideativo” para retenção e incorporação estável do material mais detalhado e diferenciado que se vai aprender. Os organizadores podem ser de dois tipos: 1) Organizador-expositivo: emprega-se naqueles casos em que o aluno tem muito pouco ou nenhum conhecimento sobre a matéria, sua função é proporcionar os inclusores necessários para integrar a nova informação, procurando que estes relacionem as idéias existentes com o novo material, mais específico; 2) Organizador comparativo: neste caso, o aluno esta relativamente familiarizado com o tema a ser tratado. A função do organizador prévio é proporcionar o suporte conceptual e facilitar a discriminação entre as idéias novas e as já aprendidas, assinalando similitudes e diferenças.A teoria da aprendizagem encontrou forte apoio da psicologia da compreensão e memória do discurso.

 

Esta teoria, aos poucos elaborou uma concepção teórica de que ela pode construir uma representação mental que inclui conteúdos semânticos, assim como um modelo referencial do discurso ou texto aprendido. A construção destas representações mentais é fruto da interação entre o conteúdo e o conhecimento do sujeito. Os conhecimentos do aluno encontram-se armazenados nos esquemas – que se ajustam aos dados processados. O processo de compreensão dos conteúdos realiza-se de baixo para cima: a partir dos dados dos conteúdos são ativados determinados esquemas. Mas, ao mesmo tempo, estes esquemas atuam como hipóteses que deverão ser comprovadas com os dados.Neste sentido, o processo de compreensão do discurso é produzido a partir dos conhecimentos prévios do sujeito – dadas as hierarquias cognitivas.É a partir daqui que as idéias e os conceitos mais abstratos têm grande importância na codificação dos novos conhecimentos que o aluno adquire e as possíveis recordações.

É importante salientar que a aprendizagem acontece por meio da compreensão lingüística para que os conteúdos sejam organizados. Ausebel defende que o aluno, deste modo, pode diferenciar conteúdos mais simples de conteúdos mais detalhados e específicos – estabelecendo relações para facilitar a compreensão.