41. Rousseau
41. Rousseau

Jean-Jaques Rousseau

Rousseau critica o exagero da ênfase na razão, feita por Voltaire e sugere que o homem não é só racionalidade, mas sentimento, instinto, emoção e paixão, no seu estado natural. Este autor não vai contra o iluminismo, mas critica a arrogância de alguns iluministas que negaram a naturalidade do homem, que – em sua opinião – é bom por natureza e, na sociedade, se corrompe.


Rousseau, certa vez caminhando em direção a uma cidade francesa, aceita o desafio de escrever a cerca da contribuição que as ciências e as artes trouxeram para a humanidade. Sua resposta é uma obra em que defende que as ciências e as artes ajudaram a aumentar a desigualdade entre as pessoas. Rousseau separa estado natural de artificial. Para ele o homem vivia em relativa harmonia, sem guerra e em paz no estado de natureza. É na medida em que o homem cria o pacto social, saindo do estado natural em que possuía o livre-arbítrio, e ingressa na sociedade que ele se torna mal. Rousseau entendia que a ignorância nasce socialmente, ao contrario do que pensava Sócrates.


As ciências e as artes produziram arrogância e não beneficiaram o homem naquilo que lhe era importante. Elas representam à vaidade e o orgulho humanos. Para Rousseau, o homem civilizado é artificial. Ele acreditava que, melhorando o indivíduo, melhorava-se a sociedade. A educação, neste sentido, tem um aspecto negativo. Toda criança deve ser afastada do convívio com a sociedade, para que não se corrompa, e colocada à parte afim de que receba as instruções, privilegiando aquilo que é fundamental ou que tange a esfera do estado de natureza. A pedagogia de Rousseau consistia na transformação da sociedade, a partir do indivíduo.

 

Este autor desloca o centro das preocupações filosóficas, indagando que não é a razão, mas os sentimentos que são verdadeiros instrumentos de conhecimento – isso tira a supervalorização da razão. Além disso, não é o mundo exterior que merecem ser visados, mas o mundo humano. Isso implica na passagem da teoricidade para o campo dos valores morais. Segundo Rousseau, nos caminhos práticos, não precisamos teorizar demasiadamente. De modo geral, ele não critica a ciência em si, mas o uso que se fez dela ao longo dos anos e constata que nem as ciências nem as artes contribuíram para a felicidade do gênero humano. Ao contrário, criaram desigualdades.