45. Freud
45. Freud

S. Freud, fundador da psicanálise 

Freud passou sua vida em Viena e morreu em Londres em 1929. É o fundador da psicanálise, estudou medicina, pesquisou sobre hipnose, mas seguiu outros caminhos. Com 44 anos, em 1900, ele escreveu o livro “A interpretação dos sonhos” (que serviu como base para o trabalho de Lacan). Nesta obra, Freud redireciona algumas questões filosóficas sobre o sonho.

 

Lembremos que Descartes havia a razão é a mesma quando estamos dormindo ou acordados. Para Freud, através dos sonhos (ou do inconsciente) temos acesso à linguagem do inconsciente. Essa linguagem, na maioria das vezes, se utiliza dos papeis fundamentais da sexualidade. No referido livro o fundador da psicanálise faz uma crítica à exaltação da racionalidade, portanto, a Descartes – que representa toda a tradição anterior (desde o século 17) que elaborara o conceito e a exagerada noção de subjetividade.

 

Freud diz que nós não temos acesso – pelo menos por completo – à consciência e à interioridade. Ele afirma que o sujeito possui uma parte – da consciência – que é inconsciente, que é desconhecida e encoberta ao homem. A partir daqui, podemos concluir que Freud também questiona todos os valores (fundados na razão) da sociedade. Ele diz a maioria de nossas ações, inclusive as éticas, são determinadas por questões inconscientes – traumas, repressões, instintos etc. Ele constata que nem sempre nossas ações são resultado da racionalidade, como havia se pensado outrora. É com esses preceitos Freud escreve outra obra chamada “Mal estar da civilização”. Nela ele que o que chamamos de civilização não é nada mais que uma maneira de controlar nossos instintos e impulsos. Ela os reprimiu de tal forma que nós deixamos de sermos nós mesmos (aqui Freud se aproxima de Nietzsche).

 

Segundo Freud, existem duas forças ou energias presentes no homem, o Eros e o Tanatos. O primeiro representa o amor, a bondade, a família, a harmonia. Ao lado do Eros, tem-se o tanatos, instinto de morte, tendência à destruição. Para equilibrar essas duas forças nós introduzimos – via cristianismo – o conceito de culpa, que é um excelente instrumento de repressão. Para fundamentar essas forças, Freud pensa num ser humano que possui três estruturas básicas: o id, o ego e o superego. O id é inconsciente, serve aos nossos instintos e existe desde muito tempo; o ego é a nossa consciência, a capacidade racional, que controla os instintos; o superego é dado de fora, pelos mecanismos de repressão. Ele é a lei, a obediência, a cultura, a norma, a autoridade etc. Cumpre entender que tanto id, quanto ego e superego estão no sujeito, mesmo que o superego pareça estar fora dele. Essas estruturas atuam conjuntamente.

 

Para Freud, quando a repressão é demasiada surgem às doenças, os traumas psíquicos como a neurose e a psicose que são duas doenças mentais. Muitas vezes esses traumas vêm de nossa primeira infância.