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52. Educação e Tecnicismo
52. Educação e Tecnicismo

 

Educação e Tecnicismo

 Na década de 1930 no Brasil, que está se industrializando, inicia-se a presença da economia na educação, frente ao modelo tecnicista de educação. Isso porque a industrialização exigia uma mão-de-obra especializada e devidamente educada.Paulo Freire, em 60, influenciado pelas idéias marxistas e existencialistas, propõe um método para a educação de adultos, tentando despertar a consciência crítica das pessoas.Hoje a educação vem apresentando uma face mais humanística. Neste sentido, existem duas correntes extremamente atuais – a da psicologia [que enfatiza o método e sofre influência de autores como Piaget, Skinner, Karl Rogers etc. e a do existencialismo. 

 

As técnicas da psicologia passam a ser aplicadas à educação – fazem-se dinâmicas em grupos, exercícios de motivações e incentivo à liderança. O ambiente escolar acaba se tornando consultório de terapia em grupo... Outra coisa que surge nessa época é a introdução de aparelhos tecnológicos [vídeos, retro-projetores, sons, gravadores etc.] para transmitir conteúdos e motivar as pessoas. Esta postura dura até hoje. Não obstante o tempo da introdução desses aparatos, a psicologia e a tecnologia continuam influenciando as diretrizes da educação brasileira.A idéia do psicologismo é pensar a maneira mais correta de se passar os conteúdos escolares. Neste campo, dois psicólogos se destacam – Skinner e Rogers. O primeiro é representante da psicologia comportamental. Propõe métodos e regras para forçar o aluno a apreender os conteúdos, através do condicionamento operante, ou melhor, do estímulo e resposta. Com esta técnica, Skinner passou a ser considerado um intelectual que representava a ideologia dominante, uma vez que sua técnica condicionava as pessoas a agirem de acordo com certos padrões, normalmente estabelecidos pelas elites.

 

Desse modo, os alunos eram educados/condicionados para o capitalismo. Karl Rogers, por outro lado, propõe um método mais livre. Nele o professor apresenta-se como um orientador, aquele que criava um clima favorável à pesquisa e ao aprendizado do aluno. O professor deveria possibilitar a liberdade, a criatividade e a responsabilidade, necessárias à aprendizagem. Como se pode suspeitar, essa visão de Rogers não deu certo. A idéia de clima de liberdade transformou-se numa bagunça. Depois da segunda metade do século 20 essa metodologia provocou inúmeros debates na educação brasileira.Já na década de 1980-90 a moda no Brasil era a teoria de Vigotsky, que foi contemporâneo de Freud. Esse autor fala da importância do construtivismo na educação, por meio do diálogo, da conversa e do entendimento mútuo. Vigostsky, se referindo à linguagem como elemento constitutivo do tecido social, vira modo na educação do Brasil. O problema é que as idéias desse autor chegam atrasadas, pois já tínhamos nessa época a semiótica...Atualmente está se falando bastante na Escola de Frankfurt no campo da educação.

 

Do mesmo modo, parece ser moda refletir sobre a inteligência múltipla [musical, corporal, verbal, sentimental etc.] do pensador americano Gaerdner, que atualmente estuda as diversas maneiras de aprendizagem.Quanto à linha que analisa a educação ou o processo de aprendizagem a partir do existencialismo, cumpre-nos dizer que também teve grande influência. Essa acepção se centra na motivação existencial de cada aluno, e no projeto de vida que cada um deve ter. A proposta existencialista entende que o homem é um projeto e, por isso, deve-se construir. Por isso incentiva a formação de um aluno [condenado a ser] livre, que deve optar, escolher e, a partir de suas escolhas, se autoconstruir.

 

Desta forma, o foco principal da educação existencialista é o indivíduo, que deve ser autêntico e aberto à reflexão. Outra coisa importante é que o conhecimento buscado pelo aluno na vale para todos – novamente o conteúdo fica em segundo plano...A idéia principal é ‘ensinar a aprender’.Esse panorama que expusemos acima nos ajuda a compreender as idéias de Demerval Saviani, expressas no texto Escola e Democracia ou Teoria da Curvatura da Vara