Mundo Pós-Moderno
O discurso explicativo entre durante depois da década de 1960 utiliza-se de uma linguagem simbólica, metafórica e para-linguagem. Prevalece o raciocínio pela lógica dos vários discursos – a lógica do todo, a partir de novos paradigmas. Desta forma, o discurso filosófico conceitual teve de abrir-se para o discurso por imagens com a intervenção da fotografia, cinema, televisão e computadores. Volta-se a utilizar o discurso simbólico.A partir das influências de Einstein, vê-se o mundo descentralizado, relativizado. A natureza funciona por padrões organizativos, de acordo com a teoria do caos. A teoria da relatividade vem de encontro à subjetividade e possibilita a interpretação de realidades pessoais. Lembremos que a física quântica trabalha com o átomo como energia. Ela vem desvendando o universo como um grande campo energético, aparentemente caótico, mas que tem um funcionamento através de padrões de comportamento que se transformam e se reciclam a todo momento.
O modelo de universo passa a ser a de partes inter-relacionadas através dos vários padrões, criando um todo equilibrado. Esta visão constata que se chegou a um jogo de possibilidades de relações de discursos. Neste sentido surge a semiótica que tem por objetivo investigar e – se possível – descobrir regras para todo tipo de linguagem. Para tanto, a semiótica utiliza-se das idéias de signos, signos, ícones (imagens) para compreender e codificar a linguagem. Mas, como resultado das várias lógicas e raciocínios entre os diversos tipos de signos surge o discurso hermenêutico ou interpretativo. Daqui surge à pretensão de uma interpretação pessoal de uma realidade imaginária <<ou virtual>> que o indivíduo fará (criando ou recriando) do mundo percebido.
A sociedade Pós-Moderna é caracterizada pela busca de uma identidade. Mas existe uma indústria cultural de massa que padroniza a vida, e o mondo de ver o mundo, das pessoas. Isso coloca em crise padrões e valores que eram vividos na modernidade, pois a Pós-Modernidade passa a oferecer uma multiplicidade de possibilidades. Ela acentua a escolha que o indivíduo deve fazer frente à variedade de valores; mas o indivíduo nem sempre está estruturado para fazer estas “escolhas”. Daí surge à necessidade de se buscar uma identidade para servir de parâmetro para as escolhas.As principais características da modernidade são: a) Fratura dos Eixos: desvalorização aquilo que a vida oferecia. Identifica-se mais com a tecnologia do que com a verdade. Não se pensa mais no bem comum nem projetos filosóficos, porém se enfatiza o particularismo. A objetividade cede lugar à subjetividade; b) Centralidade: não existe um ponto central de onde irradia uma verdade. Há vários centros, provisórios e efêmeros. Não existe universalidade, mas particularismo; c) Fronteiras: desaparecem os limites.
A cultura e a história pode ser vista como um todo a partir dos dados que hoje são acessíveis. Há uma grande quantidade de informações; d) Educação: as escolas não conseguem a complexidade da vida. Ocorre a especialização da mão-de-obra e a educação informa, junto com a auto-educação ganham espaços; e) Jogo: o mundo abre-se para o jogo. Cada indivíduo, liberto de suas obrigações, permite-se desenhar os quadros que mais lhe atraem. O lúdico está presente em todos os pontos. O próprio mundo é concebido como um lugar de jogos. A constância dos valores vai depender da maneira como cada um constrói-se a si mesmo. Segue-se o “seu ideal”. Este é o fator que guia o indivíduo na busca de sua identidade. Um ponto positivo é que aparecem várias possibilidades para que os construam – a partir de diferentes parâmetros – sua identidade.Neste emaranhado, a subjetividade é regida por uma intencionalidade e, ao mesmo tempo, pelo inconsciente (desejos, instintos...). A partir da década de 1960 ocorre a construção da auto-subjetividade. O determinismo biológico da natureza atua nas funções que o indivíduo não domina (genes, instintos, emoções). A identidade subjetiva é criada ou desenvolvida na mente ou no psiquismo de cada um. Há também a possibilidade de o indivíduo ter a subjetividade construída na <<ou pela>> massa, através dos modismos socialmente construídos e propagados pela mídia.
Neste sentido, a identidade se construirá através de uma personalidade flexível. A individualidade será uma soma de subjetividades atuantes através de forças inconscientes, mais o mecanismo de defesa do ego. O sujeito ego-consciente de vontade não será mais o único centro do indivíduo, mas também seu inconsciente. Por outro lado, a revolução sexual e o feminismo obrigam a uma reformulação na divisão sexual do trabalho, ao passo que – tanto para o homem, quanto para a mulher – ocorre uma busca de um eixo para construir seu próprio sentido de vida, num jogo de possibilidades.Na Pós-Modernidade a identidade se faz de modo fluídico e assume-se a fragmentação. Não se busca mais um ego objetivo, mas vários deles. Ocorrem as trocas de valores que buscam realizar os desejos e prazeres pessoais. A identidade será passageira e predomina a indiferença frente ao outro. O resultado de tudo isso é a solidão quase permanente. Neste mesmo contexto o indivíduo é visto como um sistema corpo/mente e a busca de seu sentido de vida não será mais visto de modo diacrônico, mas sincronizado com vários meios dos quais o indivíduo depende. Por fim, os parâmetros holístico, ecológico – que desenvolveram a concepção sistêmica – propõem novas hierarquias de valores para dar sentido à vida.