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31.Romantismo-Existencialismo
31.Romantismo-Existencialismo

 

O Romantismo é um movimento que ocorre nas artes no final de 1700 e início de 1800. Os artistas já não queriam mais pensar a arte sob o olhar racional. O objetivo agora é mexer com as emoções. O romantismo dá ênfase nas emoções que motivam as pessoas a se entregarem por um ideal. Enquanto corrente de pensamento, tentou criar um meio termo entre a razão e as emoções.

 

Em toda a filosofia romântica do século 19 percebe-se o esforço em juntar aspectos racionais e de sentimentos. Essa linha de pensamento culmina com o existencialismo. Por muito tempo o romantismo entendeu os sentimentos como algo provindo de uma imagem ou idéia que fazemos sobre determinadas coisas. O romantismo apresenta-se como um projeto que tenta juntar a escolha racional para aderir à determinada emoção. Ele mexe com a estética e com o belo e, desta forma, contrabalanceia a razão – que é utilizada para optar por algum sentimento, muitas vezes ideal e utópico. O problema das emoções é que cada um sente de maneira diferente. O romantismo denuncia que a exaltação da razão – feita no iluminismo – anula as paixões e as emoções. Através da literatura e das outras manifestações artísticas, o romantismo levou as pessoas a se consumirem até à morte em nome de um sentimento idealizado, como o amor, por exemplo. A pessoa romântica é aquela que ama apaixonadamente a outrem. O amor desvairado pode criar uma patologia porque há uma idealização exagerada que conduziu muitas pessoas ao suicídio. A morte era um tema muito freqüente.

 

O romantismo se caracteriza pela subjetividade, entendida como a maneira pela qual o indivíduo vivencia suas emoções e gostos. Trata-se de um “eu” reflexivo, de consciência analítica, mas que não abandona as emoções. É a forma singular do “eu” expressar-se. A subjetividade é aquele lugar que sabe administrar o lado racional e emocional. Está a todo tempo escolhendo seus valores, idéias, visão de mundo, sentimentos, etc. Em decorrência do romantismo surgem outras questões, como a idéia de que o homem é bom por natureza e que a sociedade o corrompe. Mas, lembremos que a cultura e a sociedade são frutos da razão. Inicia-se então um olhar sobre a natureza humana. O romantismo entende que o indivíduo não pode ver o todo, ter acesso à totalidade das coisas.

 

O homem é uma parte que sente e que participa da Natureza. Essa Natureza é entendida hora como algo divino, que possui suas leis próprias e é benevolente; hora como algo desconhecido, que tem um inconsciente e é destruidora porque manda catástrofes e coisas do gênero. O universo tem uma parte material e outra imaterial (algo pensante). Mas cumpre-nos dizer que o homem faz parte do grupo dos seres biológicos e, ao mesmo tempo, do social. É ele que desenvolve uma consciência e uma autoconsciência. O ser humano é um ser de relações. Os filósofos tentaram, no curso da história, pensar o ser humano a partir de uma linguagem racional, entendida como o ordenamento lógico e racional das idéias.

 

Os filósofos também tentaram entender como as pessoas vivenciam as emoções, visto que o homem não é só instinto. Como dissemos, ele é um ser de relação. É a partir daí que o existencialismo – corrente de pensamento nascida no século 19 que privilegia uma visão mais realista do homem – discute a questão da existência. Esta visão mais realista se desdobra num pessimismo. “O meu inferno são os outros”, dizia Sartre. Ou visões otimistas, como a de M. Bubber: “no começo, tudo é a relação”. O importante é que, havendo relação, inevitavelmente surgem os conflitos e a subjetividade deseja ser comunicada. A morte também é um tema do existencialismo. Quando temos consciência dela acabamos por dar um sentido para a vida. À angústia humana encontra respostas no Transcendente, seja ele religioso ou não. Mas, pode ser que nada tenha sentido. A corrente do existencialismo permite que o indivíduo se construa. Schoupenhauer é influenciado pelo budismo oriental. Defende que devemos nos deixar levar pela natureza, pois quanto mais desejamos, mais sofremos. A vida é sofrimento.

 

Niertzsche trabalha com o querer. É preciso que o homem se supere – este filósofo questiona os valores e a moral cristã. Heidegger tenta criar uma visão mais universal do existencialismo. O ser está no mundo, jogado. É um ser-ai, um dasein. Jasper e Marcel são cristãos. Trazem uma visão mais otimista. Buscam a saída para a angustia humana no transcendente. Sartre é extremamente negativo: a existência é um peso. Não há sentido nem valores. O nada está muito presente e o outro é um inferno. Com o iluminismo vemos a razão ser exaltada. Ela é que domina as emoções e os instintos. Já do romantismo ao existencialismo as pessoas – inclusive os filósofos – se engajam na política em função da libertação de seu país. Surge também o marxismo como um ideal utópico de sociedade. No existencialismo, o “nada” trata de uma idéia psicológica. É como se o mundo, com tudo o que ele abarca, não tivesse sentido.